Tricot e Alma.

08/01/2011

Grávida aos 34 anos

Tricot é objeto transicional durante a gravidez, quando esperamos um filho ou um neto. A cada carreira encenamos o tempo passando. Quando erramos, treinamos a paciência, de desmanchar e recomeçar. A cada obra executada um grão de amor se deposita na alma.

 

Tricot ( Poema de Nícolas Brandão)

 

Fácil é o ponto

que de ponta em ponta

é ponto

é pronto

 

simples é a linha

que alinha

ponto após ponto

gostoso é o espaço onde tudo se deita.

 

 

 

Quando uma convivência conjugal termina as borboletas do frisson sentido no estômago do tempo da paixão dão lugar aos sentimentos ambivalentes de alívio de tensão e de luto. A neurociência propõe que o cérebro tende a buscar a situação de equilibrio anterior através da inslação das antigas sensações.

Mas hoje o que temos é um imediatismo na busca de satisfação. Dessa espiral de busca sem limites, expressa também na ânsia de consumo, vemos um movimento ascendente em direção ao mundo e descendente em direção ao sujeito.

Jung descreve o processo de individuação como um movimento em espiral, de progressões e regressões.  Progredir e regredir aqui tem um sentido de compensação energética entre uma vivência e outra. Precisamos de um tempo para evoluir de um estado de consciência para outro. Restabelecer o equilibrio é  apontar para algo novo. Não é voltar ao estado anterior da alma. Porém, regredir é também caminho para progredir. O grande desafio é reencontrar, em outro formato, a experiência de satisfação e a criatividade que diante do luto se arrefeceram.

Trazer de volta as borboletas do desejo , da alegria e da esperança exige um intenso trabalho psíquico.  Não é suficiente encontrar um outro parceiro amoroso.  O caminho do pleno gozo é o caminho de encontro consigo mesmo quando os humores da libido trazem de volta as borboletas.

Sexo Hoje

16/05/2010

Na pratica clinica observo que a alteridade no relacionamento afetivo é hoje um desejo oculto presente na sombra coletiva: o desejo de uma relação baseada no respeito, na valorização de si e do outro.

Apesar da revolução sexual dos anos 1960 ainda assistimos os conflitos de poder permeando o exercício da sexualidade e os relacionamentos afetivos.

Um exemplo na atualidade, que circulou pela mídia  é o do uso das pulseiras pelos adolescentes para expressarem seus desejos de aproximação sexual com os amigos. Dado que essa prática foi seguida de episódios de violência contra alguns adolescentes e pré- adolescentes foi proibida na rede escolar do Rio de Janeiro. A associação simbólica entre sedução sexual e violência está aí presente. Outro episódio semelhante foi a agressão à estudante universitária porque estava de mini-saia. Essa atitude demonstra a presença ainda de uma moral sexual permeada pela desigualdade de direitos entre os gêneros e pelo preconceito em relação à iniciativa sexual da mulher.

Ao contrário de reprimir o sexo, nossas crianças e adolescentes necessitam de um acolhimento e orientação em relação ao seu desejo e fantasias.

Outro fato recorrente na clinica é de homens que tem se apaixonado e estabelecido relações estáveis com suas garotas de programa. Essas relações seguem o modelo patriarcal de dependência da mulher de menor poder aquisitivo e status social ao homem.  Muitos conflitos aparecem e o forte elemento motivador consciente é a maior satisfação sexual com essas mulheres. Porém, observo a extrema necessidade de acolhimento emocional desses homens.

De outro lado, mulheres bem sucedidas reclamam do abandono dos homens que competem com sua autonomia e as abandonam sexualmente, muitas vezes apresentando sintoma de impotência sexual com elas. Esse fato independe da idade dos parceiros. No consultório aparece também a queixa dos homens que em função de conflitos de autoridade frente a uma mulher bem sucedida e independente, não conseguem se relacionar sexualmente com a companheira.

No consultório verifico que mulheres  vivem conflito de auto-estima quando uma relação que resultou de iniciativa e sedução mútua entre os parceiros é interrompida pelo homem após poucos encontros. Uma moral machista da mulher se oculta atrás do sentimento de desvalorização apesar da suposta simetria entre os gêneros.

Outra questão é a proliferação dos locais e da prática do swing que nos relatos surge muito mais como um espaço de afirmação narcísica do que de compartilhamento.Um exercício mais auto-erótico e de afirmação pessoal do que uma troca entre parceiros. Um outro aspecto é o desenvolvimento das substâncias farmacêuticas como o Viagra ou a oxitocina, que podem alimentar a idéia de que podemos ter um controle absoluto de nossas emoções e de nossa sexualidade.  Mal entendido que deixa de entender o amor e o sexo como produtos de um ecosistema humano, resultado da interação humana com outros humanos e com o meio ambiente.

Diante desses fatos coloco em debate.  Quanto e em que progredimos na nossa prática sexual e amorosa desde a queda do patriarcado?

Autora : Célia Brandão 15/5/2010

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 Foto: Banda Seis Sextos

 

A perda dos homens na contemporaneidade da legitimidade como provedores e chefes de familia, e por outro, dos privilégios associados à condição de progenitores , dados os avanços de reprodução assistida, e  finalmente, como referencias simbólicos,  essenciais na criação das crianças, tem contribuido para a baixa auto-estima  e para o conflito de identidade na população masculina.

Como consequência, a dificuldade de exporem em público e entregarem também na intimidade sua afetividade sem se sentirem fragilizados.

Sendo o papel do sustento da famlia compartilhado com a mulher e o papel dos cuidados domésticos ainda não valorizado,  esses homens vêem seu papel na casa como residual e periférico, sentindo-se desvalorizados.

A competência da mulher e os cuidados da mulher são subtraidos à sua competência.

O afastamento do homem das tarefas domésticas restringe seu universo e sua referência de auto-estima ao mundo profissional. Em uma situação de desemprego, ou crise profissional, o sentimento de impotência perante a  mulher,  se agudiza quando,  principalmente, a companheira exerce atividade profissional .

O homem contemporâneo está se relacionando com um imago de uma mulher extremamente poderosa.

 Essa percepção desencadeia disputas entre os casais em que se confude : apego com controle, cuidado com domínio, carinho e demonstração de afeto com fragilidade.

O grande desafio é o resgate da afetividade dos homens que não se intimide frente à  competência  e autonomia das mulheres.

 Raiva

         O atendimento a casais e  clínico individual a homens e mulheres me permitiu observar as diferenças de poder que perpassam as parcerias como fatores de conflito.   Essas diferenças de poder resultam em diferentes níveis de investimento, generosidade, permissividade, solidariedade, aceitação de diferenças, ideais de satisfação pessoal que Neves chama  de “obscuridade das relações de intimidade”. O desequilíbrio de poder entre os parceiros é um dos fatores da violência entre casais.      No atendimento em psicoterapia, a homens de 30 a 53 anos, a autonomia das mulheres  aparece em algumas falas masculinas como sinonimo de abandono e de não acolhimento afetivo. Os homens estão se confrontando com um imago de  mulher muito poderosa que em seu imaginário não necessita de seu afeto e nem tão pouco de sua proteção.      Mas, ao contrário, cuja competência é vivida como ameaça.

       Por outro lado, essa mesma mulher que conquistou sua independência financeira e liberdade sexual  não tem essas conquistas reconhecidas e por ela legitimadas como expansões dos limites de sua identidade.

       Sendo assim ainda não deitou as armas, armadura que considera necessária diante de uma ameaça de perda de suas árduas conquistas. Ainda apegada ao modelo patriarcal  e ao amor romântico simula a dependência ao companheiro através de uma cobrança torturante para que exerça os papéis tradicionais na vida do casal, cuidados esses, dos quais nem ela mesma acredita depender.

 Dessa maneira a díade homens fóbicos versus mulheres abandonadas  se complementa por uma outra: mulheres ressentidas e aguerridas versus homens fóbicos. É uma característica  do ressentido  se tornar reativo frente ao medo de sofrer um novo agravo ou nova frustração.

 “ Separar a sexualidade masculina dos conceitos de força, poder e violência, históricamente atribuídos ao homem, é uma tarefa tão complexa quanto separar a fada da bruxa, da mãe, da libertina. No tocante à mulher o trabalho já foi feito. Mães, irmãs e filhas podem  se excitar, desejar e gozar. E os homens, podem pôr em público a ternura sem se emascularem?”Mautner, Anna,V Folha de São Paulo Equilíbrio 21/maio 2009 pag 2 .

     No trabalho clínico verifico que homens jovens tem estabelecido relações amorosas com garotas de programa que haviam lhes atendido profissionalmente. Relatam que com essas mulheres não tem conflitos. Não se sentem ameaçados em receber afeto dessas mulheres enquanto com suas esposas  sentiam-se em constante disputa pelo poder.  Queixam – se de suas mulheres como dominadoras, briguentas, pouco carinhosas, pouco afetivas, demandadoras.

     Nessas novas relações voltam ao padrão tradicional, onde sustentam a companheira, pagam estudos, e acrescentam ter a vantagem de um  excelente sexo. Sentem estar realizando algo especial por essas mulheres e que estão sendo valorizados.

     Esse mesmo padrão se repete entre homens mais velhos e mulheres mais jovens.

      Do outro lado, a queixa de muitas mulheres bem sucedidas profissionalmente e independentes financeiramente de diferentes faixas etáreas é de serem abandonadas sexualmente e afetivamente por seus companheiros que se sentem impotentes diante de suas competências como provedoras e, às vezes, com maiores salários.

    Outra queixa é a da exploração financeira por parte dos companheiros que interrompem o relacionamento quando diminuem as facilidades financeiras.   

 Esses fatos convergem com a tese de Nolasco de que alguns elementos que  conferiam ao homem anteriormente identidade, agora não são mais exclusividade do masculino.

       A possibilidade de abandonar a mulher ou de ser violento e dominador, destituindo-a de seus elementos de força, poder e liderança podem ser uma tentativa do homem de resgate de sua potência e identidade.

     Mas dessa forma estaríamos em um círculo vicioso mantido por um eterno ajuste de contas.

 Segundo Baumann o desejo é um impulso que estimula a despir a alteridade de sua diferença; portanto a desemponderá-la [disempower]. Tentar domesticar as diferenças não seria a solução mas sim estabelecer o diálogo na busca de uma maior equidade.

     Diálogo esse que não se faz apenas nas relações afetivas mas nas relações de poder mais amplas. 

      Dessa forma poderia emergir em cada um a verdadeira  responsabilidade pelo outro e a possibilidade do vinculo amoroso que se separa da posse e do poder. 

 Eros se distancia da posse e do poder. “Eros é uma relação com a alteridade, com o mistério, ou seja, com o futuro, com o que está ausente do mundo que contém tudo o que é(…) O Pathos do amor consiste na intransponível dualidade dos seres”[ Levinas apud Baumann] (….) “Eros não quer sobreviver à dualidade. Quando se trata de amor, posse, poder, fusão e desencanto são os Quatro Cavaleiros do Apocalipse.” Baumann, Z Amor líquido pag 22.

( Esse Post é parte do trabalho que foi apresentado e publicado nos Anais do V  Congresso Latino Americano de Psicologia Junguiana de 2009 realizado em Santiago do Chile)

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Enflaquecimiento de la figura paterna
Hemos estado asistiendo a un enflaquecimiento de la figura masculina, desde los movimientos de liberación de las minorías. El hombre blanco heterosexual heredero del sistema patriarcal perdió fuerzas y con eso la figura del padre dentro de la familia.

Estamos ante la fragilidad de la autoridade del padre de “Anabella” que no consigue impedir que la tragedia ocurra.

Sin embargo, es importante señalar que siempre ha existido el abuso y la violencia hacia los niños.

De esa forma, para la efectiva comprensión del fenómeno de la violencia intrafamiliar, es importante considerar los fenómenos histórico sociales y la historia individual que posibilitan el análisis de los patrones de relación dentro de la familia.

El hombre que no se siente respetado en su identidad, del punto de vista simbólico como padre y compañero, reacciona con violencia. La violencia surge como último recurso para rescatar la identidad perdida.

En el caso “Anabella” ( nome fantasia ) , la rabia psicótica e impotencia de la pareja fue el motor de la violencia. ( Ler conto de Beatriz Bratcher adaptado e resumido para o espanhol e postado no Blog anteriormente)

casal no carroPasmem. Em um canto da festa um grupo de homens na faixa de de 24, 26 anos heterossexuais, conversava : Falta homem na praça. Do outro lado da festa uma meia dúzia de moças desacompanhadas. E vai cerveja e cigarro.

Balada irada, malvada, isolada. E diz um outro: Cara, aqui está muito bom, mas vou ter que ir à guerra. Vou encontrar uns amigos numa balada lá na Hadock Lobo. Mais uma cerveja para dar coragem. Gatinha aquela ali.

No outro canto da sala.

Aniversário de trinta anos. Vocês lembram quando nós bebíamos até dormir todas juntas aqui no sofá ah ah ahah…é a turma do colegial foi melhor que a da faculdade. É, a turma das ciências sociais era mais unida do que as outras na faculdade…

Seis horas de festa.

As meninas se despedem. Vamos mais tarde até um barzinho na Vila.

Um grupo continua tocando e cantando canções da MPB com tal sensibilidade que me faz pensar que o problema não é que falta homem na praça. Falta coragem de deixar esse sentimento se expressar.casal no carro

Thinking Of Him , Roy Lichenstein 

Acabo de ler os versos de Neruda .

 

‘Queda proibido llorar sin aprender,

levantarte un dia sin saber que hacer,

tener miedo a tus recuerdos…”

  Pablo neruda home                 Construimos nossa segurança afetiva através de nossos vínculos. Nossas feridas afetivas ou o desamor causam nossa insegurança afetiva.

  Ou convivemos com ela e temos um amor ou desistimos. 

Algum dia alguém desistiu e alguém deixou.

” Deixei porque não tinha forças para segurar você. Sua força de ir era grande.”

“Queda proibido no sonreir a los problemas

    No luchar por lo que quieres,

   Abandonarlo todo por miedo,

   No converter en realidad tus sueños,…”

“Continuei por aqui mesmo sofrendo, chorando, enxugando as lágrimas, maldizendo nosso amor, e te adorando pelo avesso, salve o Chico. As respostas não vinham a não ser a  de que deixamos de nos compreender. “

Quantas vezes já ouvimos essa história!

“Queda prohibido no intentar comprender a las personas,

Pensar que sus vidas valen menos que la tuya

No saber que cada uno tiene su camino y su dicha”

Dúvidas da contemporaneidade :

Ela:

“Sentia-se dominado por uma mulher que tinha sua vida organizada e bem sucedida? Precisava sentir que respirava seu próprio ar e para isso não podia estar junto a uma mulher que tivesse o domínio do próprio espaço físico ou auto-suficiência financeira e profissional ? “

Do lado dela sentia-se sem poder ou inferiorizado. O único poder que teria seria abandoná-la? Certamente sabia quanto ela precisava dele afetivamente.  Sem ele ela ficaria bem mais fraca,  menos “poderosa.”  Mas ele ficaria mais forte?  Ou ambos ficaram mais fracos e infelizes no final ?

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Bronken-up

Ele:

” Ela o amava mesmo ou será que uma mulher tão auto-suficiente não estaria apenas simulando afetividade enquanto envolvida apenas com mais um de seus projetos? Dificil  imaginar mulheres independentes  e, ao mesmo tempo, com uma legítima demanda e disponibilidade afetivas.”

Foi dada a sentença de morte aos dois.

 “Queda prohibido no crear tu historia,

No tener un momento para la gente que te necessita

No compreender que lo que la vida te da,

También te lo quita…”

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fOTO: Cidade de Praga

Manhã de domingo

Voltei a ler jornal. O crítico fala do diretor Ceylan … “É interessante que ele mostre a solidão e a dificil aceitação da necessidade do outro por meio de uma precisa observação de gestos cotidianos que substitui o psicologismo (outra ponte com Antonioni). A cena do sonho introduz uma quebra no realismo, mas Ceylan gosta de lembrar, com Ingmar Bergman, que o sonho, às vezes, é mais real que a vida.” Luis Carlos Merten.

“Queda prohibido, no buscar tu felicidad

No vivir tu vida con una actitud positiva,

No pensar en que podemos ser mejores,

No sentir que sin ti, este mundo no seria igual.”

Versos de Neruda se debatem com frase de Bergman. Parece que os fantasmas foram mais reais que a vida. Zeus, Sêmele e Hera reeditados? Perdemos a esperança ?

Inveja, ciúmes, assassinato de Sêmele.

 

hermes com dionisius

Dionísio agora para renascer haverá que ser de algum milagre, de alguma nova aliança.  No mito ele renasce da perna do pai, mas do pai que faz aliança com o feminino. Não do pai enciumado, aquele que tem ciúmes do filho e da mudança. Zeus gera Dionísio em sua perna. Surge  uma nova lei, de um ato humilde, de  uma nova relação entre Eros e Poder.

 

Oi Tio

28/07/2009

noivaOi tio

Se fosses meu tio
Deitava em teu colo
Armava uma rêde
Chorava baixinho
Procê me ninar.

Eu punha um vestido
Pra te encantar.

Te dava um beijinho
De short e descalça
Com blusa sem alça
Fazia um carinho.

Fazia um chorinho
E ria de novo
Depois fugia
procê me achar.

Onde anda esse tio
Amor madrugada
A me embalar?

Eu deito em teu colo
Eu beijo tua boca
Tudo proibido !

E eu?
Te amo em silêncio.

Violência e poder

27/07/2009

criança vitimizada 

A palavra sacri-fício significa fazer sagrado. O sacrifício é um ritual social  de fazer  e tornar sagrado. Um membro do grupo é responsabilizado pelas transgressões e esse mesmo elemento será o mediador da salvação através do seu sacrificio.

A violência do sacrifício não apenas produz o sagrado mas também sacraliza a violência. Excluida da sociedade devido ao temor às suas influências negativas, a violência fundadora é ao mesmo tempo venerada por seu aspecto criativo.  O papel da vitima é de operar a função transcendente entre o bem e o mal.  Emerge da indiferenciação grupal e produz  através de seu sacrificio a diferenciação das atitudes do grupo. Ao mesmo tempo que condensa a maldade social como bode expiatório, a vítima transita numa esfera ambígua entre o bem e o mal. Ela nasce da indiferenciação e produz a diferenciação  porque funda a cultura. Ao mesmo tempo que , como bode expiatório a vitima consolida a maldade social, de outro lado, libera o grupo de seu sentimento de ameaça interno em relação às agressões e recriminações constantes que abalavam a coesão grupal. Desse fato um poder redentor atribuido à vitima.

A dinâmica do bode espiatório é conhecida de todos nós. É o que Girard chama de vítima sacrificial. Pensamos de maneira equivocada sobre a violência como um epifenômeno do poder. É quando o poder legítimo perdeu a sua força, quando o sentido ético se perdeu , que ocorre a violência, o abuso do poder e o pacto do silêncio.