Psicologia e Humor retorna: Final do ano
05/12/2015
No Século XIX Nietzche declarou que deus estava morto. Outros deuses haviam nascido: a ciência, a tecnologia, a economia. O dinheiro. Ah…o dinheiro. Distâncias se estreitaram com a internet: Um bem e um mal.Ficamos sabendo até do que não gostaríamos de saber e temos a ilusão de estarmos perto uns dos outros.
Agora é a morte do próximo segundo Luigi Zoja. ” No sentido vertical perdemos deus e no horizontal perdemos o próximo.”
Será essa uma das causas da melancolia que acomete o homem contemporâneo? Onde está o próximo ? Salvei minha pele mas onde está o próximo? O famoso ditado de que ” a fila anda” tem a ver com isso. CB
Cidadania e o inconsciente
06/11/2010
Caiu-me nas mãos uma hora dessas um parágrafo do livro “De que amanhã “Diálogo de Jacques Derrida e Elisabeth Roudinesco. Elisabeth Roudinesco é uma psicanalista lacaniana cujas idéias contracenam muito bem com a Psicologia Analítica. Derrida dispensa comentários a respeito de sua obra. Quando refletem sobre o lugar da psicanálise na contemporaneidade, Derrida enfatiza a questão da responsabilidade…” em lugar de um sujeito consciente de si mesmo, respondendo soberanamente por si mesmo perante a lei, pode-se contrapor a idéia de idéia de um sujeito dividido, diferenciado, que não seja reduzido a uma intencionalidade consciente e egológica.” Nessa perspectiva, o sujeito instala trabalhosamente, em processo, sempre em processo, e imperfeitamente as condições estabilizadas de sua autonomia que se funda em uma heteronomia.
O modelo patriarcal de consciência tenta aplainar as diferenças. Nesse modelo, acreditamos na autoridade soberana do eu, da consciência e da vontade mas tentamos negar o inconsciente como já nos havia alertado Jung. Derrida mantém seminário intitulado “Questões de responsabilidade” onde debatem sobre as questões de : testemunho, sigilo, hospitalidade ao estrangeiro, perdão e pena de morte.
Tenta compreender o que querem dizer os têrmos: “responder perante”, ‘responder a”,” responder de “, “responder de si “examinados à luz do que, segundo o autor, ainda se chama inconsciente.
O cidadão não experimenta ou experimenta de que forma o que lhe dizemos ser comum?
A Psicologia Analítica pode nos ajudar a refletir sobre essas questões com as noções de inconsciente, consciência coletiva, consciência individual e inconsciente coletivo.
Diz Roudinesco: “A liberdade de falar em seu nome, e portanto de interrogar a essência de sua própria alienação, é indissociável do exercício da associação livre que caracteriza o tratamento freudiano.
Acrescentaria que do ponto de vista da Psicologia Analítica, a consciência se constrói através de uma relação dialética com o inconsciente, sendo este último criativo. Uma nova ética deverá levar esses fatores em consideração.