Freud versus Jung e a libido
27/04/2010
Diz Jung na data de 13 de março de 1907 na carta 17 J do Livro Freud/ Jung Letters :
“O item mais difícil, sua ampla concepção da sexualidade, já foi a essa altura assimilado, até certo ponto, e posto à prova em diversos casos concretos. De modo geral acho que o senhor está certo. O auto- erotismo como essência da demência precoce se impõe cada vez mais a mim como um aprofundamento importante do nosso conhecimento – onde, de fato, ele irá findar?…
Não seria concebível, tendo em vista a limitada concepção de sexualidade que prevalece em nossos dias, que a terminologia sexual se reservasse apenas às formas mais extremas de sua “libido” e que um termo coletivo menos ofensivo fosse estabelecido para todas as manifestações libidinais? “
A essa carta responde Freud na carta 18 F de 7 de abril de 1907 :
“Mesmo que chamemos o inconsciente de psicóide, ele continuará a ser o inconsciente; mesmo que não chamemos de libido a força impulsiva de concepção mais ampla de sexualidade, ela continuará a ser libido, e em cada inferência que tirarmos dela voltaremos ao ponto exato do qual tentáramos desviar a atenção com nossa nomenclatura… O que nos pedem é, nem mais nem menos que abjuremos nossa crença no impulso sexual.”
Jung defendia a tese de uma energia neutra para libido e de que “um caso poderia parecer diverso se o afastamento da libido por parte do sujeito ocorresse num complexo acessível à consciência , ou se, pelo contrário , ocorresse em complexo inconsciente”. A neurose era a dissociação psíquica entre o inconsciente e a consciência. Freud definia a neurose como a repressão do desejo incestuoso e das fantasias a ele ligadas. Para Freud o conflito neurótico infantil geraria a fixação em fases precoces do desenvolvimento da personalidade. Dessa forma Jung e Freud se desentenderam quanto ao conceito de libido e como consequência, de estrutura da psique.
Meu Marzão
29/07/2009
Houve um tempo.
Houve um pé de laranja.
Como aquele do Zé Mauro.
Havia também um grande quintal.
Uma pequena casa.
A calçada e o Marzão do lado de lá.
Um pé de laranja pode ser um marzão
Depende de onde se olha.
Um sonho.
Como seria o mundo lá de cima?
Trepando no mamoeiro
O cheiro de terra molhada desagua na imensidão.
Não acaba mais.
O barulho da água no tanque de cimento.
Aquilo parece que não tem fim
É fundo, fundo mesmo.
Só vendo.
Só tomando banho de tanque pra acreditar nisso tudo!
autora: Celia Brandão