Criatividade segundo Elisabeth Gilbert
10/11/2010
[videolog 416621]
Psicoterapia e Criatividade
22/07/2010
“O símbolo não é uma alegoria nem um Semeion ( sinal) mas a imagem de um conteúdo em sua maior parte transcedental ao consciente. É necessário descobrir que tais conteúdos são reais, são agentes com os quais um entendimento não só é possível mas necessário. Com este descobrimento compreender-se-á então do que trata o dogma, o que êle formula e a razão de sua origem.” ( Jung Carl G -Símbolos da transformação- par. 114)
A noção de símbolo aparece na Psicologia Analítica de Jung atrelada a um outro conceito- o de função transcendente que designa a capacidade da mente de simbolizar não só em termos de seu conteúdo mas de sua função. Cria transições de uma atitude para outra , de um estado existente da experiência para outro ou de um estágio de desenvolvimento para outro. O analista nessa perspectiva tem a função de mediador , ou seja, de continente de sentimentos e emoções que o ego do paciente não consegue reintegrar. A capacidade de experenciar simultaneamente o eu e o não eu define a matriz do pensamento reflexivo. A função simbólica envolve a experiência da representação devido a experiência do “como se” ao invés da identificação e do reconhecimento das semelhanças em objetos que são ao mesmo tempo vistos como existências separadas.
A capacidade de simbolizar pode ser desarticulada e impedida se certas condições de desenvolvimento não estiverem presentes.
O jogo simbólico é o predecessor do trabalho criativo.
O jogo define a área da experiência onde a experiência sensorial encontra a atividade imaginativa – o jogo com atividades emocionais. Nessa área se constrói o espaço da análise.
A necessidade de dar ordem e sentido às vivências emocionais encontra expressão na criação e descoberta de formas de relacionamento entre analista e cliente. O processo analítico une processos cognitivos e emoção. A técnica é construída a cada momento e com cada paciente. Nesse sentido psicoterapia é também arte. É um espaço ritual importante para a integração de sentimentos e de aspectos da personalidade.
Como em um rito se caracteriza também pela repetição da cena principal, a sessão de análise. Nesse sentido, toda sessão de análise é um ritual simbólico. A criatividade está no “como se” da atividade imaginativa que a cada experiência transforma os sujeitos, analista e cliente.
Os ritos de iniciação costumam conectar o simbolismo de morte e renascimento. Nesses rituais em que o neófito fica recluso, simula-se seu incineramento em lugar fechado, como uma cova, e, posteriormente, este reaparece como que vomitado da boca de um monstro. Deve sofrer, morrer e ressuscitar. De forma análoga , esse processo ocorre quando nos propomos a um mergulho no desconhecido de nós mesmos.
A análise e a psicoterapia se afastam do alvo do ajustamento. Apesar disso, não podemos enganar o processo criativo aceitando a desorientação como inevitável precursora da inspiração. Nesse domínio de realidade, imagens e temas arquetípicos são deintegrados da matrix indiferenciada do self. Não foram ainda re – integradas no ego e criam estados de desintegração até que sejam assimiladas.
O criativo em psicologia não age exclusivamente dentro dos limites de uma pessoa, dos processos simbólicos e vivências de uma individuação particular. A criatividade psicológica toma o próprio indivíduo e a comunidade como obra a ser realizada. Desse fato o papel criativo e a responsabilidade social de um analista.
Nasceram dois rebentos
02/09/2009
Vou amanhã para o Congresso Latinoamericano de Psicologia analítica em Santiago. Apresento dois trabalhos: Uma aula sobre: O abuso de poder e o pacto do silêncio que trata de violência doméstica e uma mesa redonda sobre A identidade e o poder nas relações amorosas. Foi gravidez de ano inteiro. Mais do que isso. Os dois temas acompanham minha trajetória como mulher , psicóloga , cidadã. Os dois temas falam de amor, poder, cidadania, violência e identidade. Quando escrevemos estamos parindo dois rebentos: o texto e nós mesmos. Isso é o melhor de tudo. Santiago lá vou eu.