05/12/2015

O outro

01/12/2015

No século XIX Nietzsche afirmou que deus estava morto. Outros deuses nasceram: a ciência, a tecnologia e a economia. A tecnologia estreitou distâncias e somos informados até sobre o que não desejamos saber.

De que outro falamos ? Do que ficou embaixo da avalanche de lama, do que foi assassinado em Paris, da criança síria que viu seus sonhos morrer literalmente na praia, das crianças mortas em território Sírio, dos esfaqueados em  Israel, dos mortos por bala perdida no Rio de Janeiro, dos que morreram no incêndio da boate Kiss.

Calçados são enfileirados na Place de la Republique em Paris. O combate ao aquecimento global depende da cooperação de todos. Mas como se a lei do salve-se quem puder  prevalece à ética e ao respeito ao próximo ?

A solidão do homem contemporâneo e sua melancolia  à procura de um outro onde pendurar seus sonhos reflete a dissociação do eu interior, o outro eu.

A falta de contato com a possibilidade de transcendência  nos lança em dilemas ficcionais. lama

 

 

 

 

 

Rio Doce

23/11/2015

lamaRio Doce

O homem e a natureza
Amor não correspondido
Reprime, reprime, reprime
Narciso sucumbe a Eros,
Contempla e chora.
Rastros, lembranças, gozo.
Sombras, cheiros, gostos.
Reprime, reprime, reprime.
Sombras não se esgotam
Perfuram os véus da censura.
Contempla e chora.
Amor não correspondido.
Reprime, reprime, reprime.
A lama chegou no mar.
Mar e lama.
Amor não correspondido. Celia Brandão.

Psicologia e Humor 55: Psicologia e humor 55 : Existe um ponto no trapézio inferior a que a Bioenergética atribuiu o significado simbólico de couraça relacionada ao sentimento de raiva. Essa tensão se irradiada ao ramo do trapézio superior na base do crânio, região occipital pode se ligar também à tensão cervical e à trava do maxilar. Um recurso utilizado por Lowen era desbloquear a tensão muscular enquanto o cliente daria socos em uma almofada. Se resolvia o problema de origem tenho dúvidas. A não ser acompanhado de boas interpretações simbólicas. A idéia de que qualquer trabalho corporal e expressivo colabora para a expansão da alma em um sentido positivo tem suas controvérsias. Freud abandonou o método catártico no século XIX.

caduceu-em-seloPsicologia e humor 50: A mediação de conflitos envolve empatia crítica. No curso que dou no Sedes Sapientiae sobre mediação e violência, parte do curso da Silvana Parisi “Dimensão Amorosa: Um enfoque Junguiano”, enfatizo a empatia, não como relativismo moral e nem o moralismo fácil, termos de Jonathan Jansen, reitor da Universidade de Free State, South Africa. Empatia é aproximar-se do outro sem pré- julgamentos e compreender que sob determinadas circunstâncias todos podemos ser injustos e sermos capazes de violência. Empatia é também reconhecer-se no outro. Nesse sentido somos todos vulneráveis. Rejeitamos o outro para nos defendermos mas a ameaça está em nós mesmos. Os passos são: integração, reparação e reconciliação. Só dessa forma podemos falar em relações amorosas. Celia Brandão.

Identidades

26/06/2015

Caras e Bocas.

Sua cara, sua boca,
Minha cara, minha boca.
Nossa boca, nossa cara
Onde tudo se mistura,
Onde tudo se separa
Último tango em Paris 7

Psicologia e Humor

26/06/2015

Psicologia e Humor 37: O que ocorre quando você viaja com excesso de bagagem? Ou paga multa ou tem que deixar uma parte fora da viagem. Os seres humanos possuem talentos que são aprimorados e junto com sua experiência de vida constituem “sua bagagem”. Construir uma bagagem demora anos de vida. Mas o mais difícil é acomodar devidamente e em proporções adequadas essa bagagem nos relacionamentos e diferentes situações e momentos.
Não existe situação mais desagradável do que conversar com uma pessoa que joga sua bagagem, no banco do passageiro entre você e ela, espremendo você contra a porta, mesmo quando nesse momento é você o motorista. O mais difícil não é ter bagagem , é saber adequá-la às situações. Em um dia ser simbólicamente, motorista e, em outro, aceitar ser conduzido, ser passageiro nos relacionamentos. Celia Brandão

Ausência: lembrança de uma presença.

Parece que foi ontem
Aqui…tão perto.
Você …eu.
Nós ainda havia.
Rindo muito.
Muito.

Sons flutuavam.
Imagens vibravam.
Lembranças .
Lembranças.

Está tudo tão bem.
Quase bem.
Até que suportável
Tragável.
Às vezes intragável

Quem sabe um vinho. CB

Quando nos separamos de alguém que amamos o que fica é a memória dos bons momentos.  Voltamos aos mesmos lugares para nos apossar do vivido. De tanto rever os objetos, os lugares, ouvir a música e a voz que gravamos permitimos que esse ser que amamos nos habite, una-se à nossa história como uma camada de nossa pele.  Essas imagens convertem-se em memória do vivido e do não vivido.  Consola-nos ouvir histórias mesmo que contadas por outros a respeito do ser amado. A cada detalhe dessa história é mais um se apossar de sua imagem, de possuí-lo. Mas esse se apossar depende de nossa capacidade de imaginar, de fabular e fazer sonhos.  Reconstruímos a imagem do outro e nossa memória utilizando o conhecido e o que imaginamos.

Assim também faz o artista que se apossa da realidade se transformando e transformando-a.  Quando nos afastamos do outro percebemos como é tênue o limite entre o que vemos e o que imaginamos. Quem era ele/ Quem sou eu?  Essa possibilidade de utilizar a própria sensibilidade e imaginação para reconstruir a imagem do outro e de si mesmo é  o campo da arte como também da psicologia por caminhos diferentes. A utilização da imagem como símbolo na psicologia demonstra que é possível acessar sentimentos, emoções através do pensamento sintético, das imagens, da música, da linguagem poética.

Quando nos afastamos do convencional, das justificativas racionais, das explicações e atribuições de culpa e responsabilidade diante dos fatos, podemos acessar o essencial, o que nos une e nos separa do outro.

Na prática de lembrar e relembrar se dá o trazer e mandar embora aquele que amamos. Mas agora permitindo a permanência dos rastros.

A arte possibilita essa mediação entre os dois momentos: o da presença concreta do outro e o de sua ausência inaugurando uma outra presença, essa simbólica. Cantar a cantiga que chora o morto é uma maneira de trazê-lo de volta para reafirmar sua partida.

Desenhar a presença do outro no meu imaginário pode ser trazê-lo, humanizá-lo mesmo na sua ausência. A arte possibilita o ver através do mais imediato e óbvio, criando novas perspectivas de percepção. Bebe e se lambuza da realidade para transformá-la.

Posso reinventar uma história vivida escrevendo um poema. A linguagem poética suspende a explicação racional para instalar o espaço do sentir e da experiência. Instala-se em um tempo simbólico, não linear, que permite a superposição de imagens, a coexistência das contradições, o diálogo entre o bem e o mal, no qual não há mais culpados e vítimas.Insensatez 001

Final de feriado hoje á tarde, entre 17 e 18hs…..hora do Angelus e das coincidências……não há hora para coincidências. Elas ocorrem a qualquer hora.

A Hora do Angelus (ou Toque das Ave-Marias), que corresponde às 06:00, 12:00 e/ou 18:00 horas do dia, relembra aos católicos, através de preces e orações, o momento da Anunciação – feita pelo anjo Gabriel a Maria – da concepção de Jesus Cristo, acreditada como livre do pecado original. Portanto é um horário de grande força espiritual em que muitos estão orando.

“Os hebreus usavam expressões tanto variadas quanto interessantes para indicar a hora. Elas não só nos dão uma idéia do ambiente e dos costumes locais mas revelam também algo sobre as circunstâncias em torno da ação.
Por exemplo, Gênesis 3:8 diz-nos que foi “por volta da viração do dia” que Jeová falou com Adão e Eva no dia em que pecaram. Entende-se que isto seria perto do pôr-do-sol, quando soprariam brisas refrescantes, proporcionando alívio do calor do dia. Em geral, à medida que o dia vai chegando ao fim, é hora de descontração e descanso. No entanto, Jeová não deixou que um assunto judicial sério fosse protelado para o dia seguinte quando ainda havia tempo para tratar disso.” ( no site : https://br.answers.yahoo.com/question/index…

A questão do tempo é muito relevante na psicologia Junguiana. Não o tempo linear, mas o sincronístico.

Sincronicidade é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por causalidade e sim por relação de significado.
A sincronicidade é também referida por Jung de “coincidência significativa”. Por exemplo. o que une ou separa as pessoas que estavam no parque no mesmo horário ?

Ou seja,  sincronicidade é a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa “coincidência significativa”, onde esse significado sugere um padrão subjacente, uma sincronia  entre fatos.  ou significados.

A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente na aleatoriedade das circunstâncias, mas sim num padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativos. Mas esse significado só terá eficácia como insight para quem se deu conta da tal pseudo- coincidência # fato.