Consciência feminina
30/05/2017

Há quem defenda que os homens preferem as mulheres mais velhas. No meu consultório não é assim que acontece e nem na minha experiência pessoal. Não sei se existem dados estatísticos que comprovem o dado na população brasileira. O que observo é que cada vez mais se fazem relações de conveniência ou de adaptação na terceira idade. Já não há muito tempo nessa fase da vida para errar, nem para se frustrar e a tolerância torna-se, então, fundamental. Mas não é isso que acontece sempre. A meu ver esse tipo de parceria se possibilita muitas vezes sacrificando a alteridade de dois ou de um dos dois. Em alguns casais a solução de sobrevivência é manter um casamento que já acabou.
Casais que estão em segunda ou terceira união formam parcerias de diferentes formatos e isso a meu ver independe da idade cronológica dos parceiros. Hoje vemos também casais mais velhos com modelos de relação onde predomina a alteridade e com formato que foge ao casamento tradicional ( morar junto, ter filho , etc). Nos casais em que os parceiros tem idades diferentes há muito tempo na população brasileira vemos o modelo, mulher mais nova e homem mais velho, em sua maioria com um crescimento da distância de idade entre os dois ao longo das últimas décadas. Esse fato chegou até a esfera do direito na discussão do que poderia ser considerado abuso e sedução quando uma adolescente se relaciona com um homem da idade de seu pai. Não tenho dado estatístico para afirmar que casais com grande diferença de idade tenham hoje uma maior predominância de mulheres como mais velhas. E caberia uma ressalva aqui : de que fase da vida estamos falando ? Mulheres mais velhas de que idade e homens de que idade ? A tirania em relação ao corpo jovem da mulher continua. Não acabou. No consultório vejo na população masculina um sentimento de maior fragilidade com o ganho de autonomia das mulheres sejam eles mais novos ou mais velhos do que a companheira. Vejo nas mulheres uma afirmação da identidade através de um maior ganho de autonomia financeira e no seu poder de ir e vir.
Mas a meu ver, o fator idade cronológica não se constitui como variável regente ou preponderante para se entender as parcerias amorosas entre homens e mulheres.
Por que citamos Macron como exemplo para fundamentar que homens jovens preferem mulheres mais velhas e não refletimos sobre o tipo de casal Trump?
Talvez para acalmar a ferida antiga da população feminina que sofre com a tirania social do corpo jovem submisso ao poder patriarcal. De mulheres que se anulam e se submetem por uma falsa segurança e status social. Poder almejar amar e ter um companheiro também na velhice a meu ver teria que advir da pergunta oposta a ” o que preferem os homens?” Seu contraponto: ” o que preferem as mulheres?”
Será que somos nós mulheres capazes dessa consciência? CB
O encontro
11/01/2017
Alguns encontros em nossa vida são especialmente transformadores. Alguém apareceu para nos mostrar que havíamos nos esquecido de alguma parte nossa que ficou na sombra. A emergência da criatividade está atrelada ao encontro com algum aspecto inconsciente do qual nos afastamos.
Eu me apaixono por esse aspecto no outro e quando me separo reencontro essa parte em mim mesmo. Esse é o verdadeiro encontro com o si mesmo. Carl Jung chamou a esse encontro de conjunção dos opostos.
Há no homem uma contraparte inconsciente feminina(anima) e na mulher, uma parte inconsciente masculina( animus). O encontro com a propria anima projetada no outro ou com o proprio animus projetado no outro não é por acaso. Esse outro tem algum atrativo com o qual me identifico : o lado artístico, a sensibilidade, a coragem, a força, etc. Nos construímos essencialmente na relação com o outro e alguns encontros na vida tem a missão de nos fazer encontrar com nós mesmos.
O que é mediação de conflitos.
11/11/2010
Papel da mediação de conflitos : projeto de lei sobre Mediação (Projeto de Lei da Câmara nº 94, de 2002), prevê:
Art. 2º Para fins desta Lei, mediação é a atividade técnica exercida por terceiro imparcial que, escolhido ou aceito pelas partes interessadas, as escuta, orienta e estimula, sem apresentar soluções, com o propósito de lhes permitir a prevenção ou solução de conflitos de modo consensual.
Art. 24. Considera-se conduta inadequada do mediador ou do co-mediador a sugestão ou recomendação acerca do mérito ou quanto aos termos da resolução do conflito, assessoramento, inclusive legal, ou aconselhamento, bem como qualquer forma explícita ou implícita de coerção para a obtenção de acordo .
É um método de facilitação de diálogo.
Um mediador pode ser confundido com um juiz, com alguém que tem o poder de arbitrar sobre alternativas para a solução de um conflito. Porém, cabe ao mediador não a arbitragem mas o papel de tornar diálogos difíceis em uma comunicação aberta e franca entre as partes em litígio.
Ao nos depararmos com opiniões e interesses divergentes em relação aos nossos, nos sentimos ameaçados. O lado conservador da psique teme a dissociação. Para fugir à dissociação um recurso comum utilizado é a negação da legitimidade da opinião diversa ou até mesmo da identidade do outro.
Em um conflito de interesses é necessário ponderar necessidades e possibilidades.
Em um processo de separação conjugal , por exemplo, cabe ao mediador, promover o diálogo que avalie as condições , as possibilidades de cada um dos cônjuges no que se refere à pensão alimentícia, guarda de filhos, patrimônio. O debate deve ponderar sobre direitos e responsabilidades.
Na linguagem de Derrida, devemos discriminar que e quem deve “responder por”e “responder a”. Com a aprovação da lei da guarda compartilhada ambos os pais poderão assumir diretamente a responsabilidade sobre a educação e cuidar do cotidiano dos filhos. Guarda compartilhada não é alternância de residência mas sim cooperação legítima entre os pais na criação dos filhos pela qual responderão ambos perante a justiça.
Hoje, para uma situação de divórcio não há mais respaldo jurídico para o atributo a uma das partes de culpabilidade pela separação. Ambos os conjuges são responsáveis por sua decisão. Cabe ao processo de mediação procurar defender os interesses dos membros da familia resguardando a integridade dos mesmos longe das disputas de poder.
A mediação familiar em familias vítimas de violência, trabalho que realizei na Ong Pró-mulher, Familia e Cidadania, onde ocupei cargo de coordenação técnica, e na Ong Ceaf ( Centro de Estudos e Assistência à Familia), revelou-se como método eficaz para resgatar a auto-estima da vítima e desencadear processo de reintegração social do agressor.
Em casos de abuso contra a criança, o mediador tem um papel central no estabelecimento de um ambiente seguro onde a vítima de abuso possa recuperar o direito à escuta e à memória dos fatos traumáticos. A ferida de abuso traz como seus componentes o sentimento de ameaça, o sentimento de culpa e a repressão da memória da situação de abuso. Dar voz àquele que se calou sob o pacto do silêncio é tarefa do mediador.
Quando os lugares dentro da familia ou do grupo estão ameaçados e os poderes até então vigentes estão falidos temos um contexto favorável à violência.
Legitimar o conflito mas não cultuá-lo e promover o diálogo é combater a violência. Essa é a tarefa do mediador.
Como trazer de volta as borboletas
18/06/2010
Quando uma convivência conjugal termina as borboletas do frisson sentido no estômago do tempo da paixão dão lugar aos sentimentos ambivalentes de alívio de tensão e de luto. A neurociência propõe que o cérebro tende a buscar a situação de equilibrio anterior através da inslação das antigas sensações.
Mas hoje o que temos é um imediatismo na busca de satisfação. Dessa espiral de busca sem limites, expressa também na ânsia de consumo, vemos um movimento ascendente em direção ao mundo e descendente em direção ao sujeito.
Jung descreve o processo de individuação como um movimento em espiral, de progressões e regressões. Progredir e regredir aqui tem um sentido de compensação energética entre uma vivência e outra. Precisamos de um tempo para evoluir de um estado de consciência para outro. Restabelecer o equilibrio é apontar para algo novo. Não é voltar ao estado anterior da alma. Porém, regredir é também caminho para progredir. O grande desafio é reencontrar, em outro formato, a experiência de satisfação e a criatividade que diante do luto se arrefeceram.
Trazer de volta as borboletas do desejo , da alegria e da esperança exige um intenso trabalho psíquico. Não é suficiente encontrar um outro parceiro amoroso. O caminho do pleno gozo é o caminho de encontro consigo mesmo quando os humores da libido trazem de volta as borboletas.
Auto – estima dos homens
07/10/2009
Foto: Banda Seis Sextos
A perda dos homens na contemporaneidade da legitimidade como provedores e chefes de familia, e por outro, dos privilégios associados à condição de progenitores , dados os avanços de reprodução assistida, e finalmente, como referencias simbólicos, essenciais na criação das crianças, tem contribuido para a baixa auto-estima e para o conflito de identidade na população masculina.
Como consequência, a dificuldade de exporem em público e entregarem também na intimidade sua afetividade sem se sentirem fragilizados.
Sendo o papel do sustento da famlia compartilhado com a mulher e o papel dos cuidados domésticos ainda não valorizado, esses homens vêem seu papel na casa como residual e periférico, sentindo-se desvalorizados.
A competência da mulher e os cuidados da mulher são subtraidos à sua competência.
O afastamento do homem das tarefas domésticas restringe seu universo e sua referência de auto-estima ao mundo profissional. Em uma situação de desemprego, ou crise profissional, o sentimento de impotência perante a mulher, se agudiza quando, principalmente, a companheira exerce atividade profissional .
O homem contemporâneo está se relacionando com um imago de uma mulher extremamente poderosa.
Essa percepção desencadeia disputas entre os casais em que se confude : apego com controle, cuidado com domínio, carinho e demonstração de afeto com fragilidade.
O grande desafio é o resgate da afetividade dos homens que não se intimide frente à competência e autonomia das mulheres.
Identidade e poder nas relações amorosas
15/09/2009
O atendimento a casais e clínico individual a homens e mulheres me permitiu observar as diferenças de poder que perpassam as parcerias como fatores de conflito. Essas diferenças de poder resultam em diferentes níveis de investimento, generosidade, permissividade, solidariedade, aceitação de diferenças, ideais de satisfação pessoal que Neves chama de “obscuridade das relações de intimidade”. O desequilíbrio de poder entre os parceiros é um dos fatores da violência entre casais. No atendimento em psicoterapia, a homens de 30 a 53 anos, a autonomia das mulheres aparece em algumas falas masculinas como sinonimo de abandono e de não acolhimento afetivo. Os homens estão se confrontando com um imago de mulher muito poderosa que em seu imaginário não necessita de seu afeto e nem tão pouco de sua proteção. Mas, ao contrário, cuja competência é vivida como ameaça.
Por outro lado, essa mesma mulher que conquistou sua independência financeira e liberdade sexual não tem essas conquistas reconhecidas e por ela legitimadas como expansões dos limites de sua identidade.
Sendo assim ainda não deitou as armas, armadura que considera necessária diante de uma ameaça de perda de suas árduas conquistas. Ainda apegada ao modelo patriarcal e ao amor romântico simula a dependência ao companheiro através de uma cobrança torturante para que exerça os papéis tradicionais na vida do casal, cuidados esses, dos quais nem ela mesma acredita depender.
Dessa maneira a díade homens fóbicos versus mulheres abandonadas se complementa por uma outra: mulheres ressentidas e aguerridas versus homens fóbicos. É uma característica do ressentido se tornar reativo frente ao medo de sofrer um novo agravo ou nova frustração.
“ Separar a sexualidade masculina dos conceitos de força, poder e violência, históricamente atribuídos ao homem, é uma tarefa tão complexa quanto separar a fada da bruxa, da mãe, da libertina. No tocante à mulher o trabalho já foi feito. Mães, irmãs e filhas podem se excitar, desejar e gozar. E os homens, podem pôr em público a ternura sem se emascularem?”Mautner, Anna,V Folha de São Paulo Equilíbrio 21/maio 2009 pag 2 .
No trabalho clínico verifico que homens jovens tem estabelecido relações amorosas com garotas de programa que haviam lhes atendido profissionalmente. Relatam que com essas mulheres não tem conflitos. Não se sentem ameaçados em receber afeto dessas mulheres enquanto com suas esposas sentiam-se em constante disputa pelo poder. Queixam – se de suas mulheres como dominadoras, briguentas, pouco carinhosas, pouco afetivas, demandadoras.
Nessas novas relações voltam ao padrão tradicional, onde sustentam a companheira, pagam estudos, e acrescentam ter a vantagem de um excelente sexo. Sentem estar realizando algo especial por essas mulheres e que estão sendo valorizados.
Esse mesmo padrão se repete entre homens mais velhos e mulheres mais jovens.
Do outro lado, a queixa de muitas mulheres bem sucedidas profissionalmente e independentes financeiramente de diferentes faixas etáreas é de serem abandonadas sexualmente e afetivamente por seus companheiros que se sentem impotentes diante de suas competências como provedoras e, às vezes, com maiores salários.
Outra queixa é a da exploração financeira por parte dos companheiros que interrompem o relacionamento quando diminuem as facilidades financeiras.
Esses fatos convergem com a tese de Nolasco de que alguns elementos que conferiam ao homem anteriormente identidade, agora não são mais exclusividade do masculino.
A possibilidade de abandonar a mulher ou de ser violento e dominador, destituindo-a de seus elementos de força, poder e liderança podem ser uma tentativa do homem de resgate de sua potência e identidade.
Mas dessa forma estaríamos em um círculo vicioso mantido por um eterno ajuste de contas.
Segundo Baumann o desejo é um impulso que estimula a despir a alteridade de sua diferença; portanto a desemponderá-la [disempower]. Tentar domesticar as diferenças não seria a solução mas sim estabelecer o diálogo na busca de uma maior equidade.
Diálogo esse que não se faz apenas nas relações afetivas mas nas relações de poder mais amplas.
Dessa forma poderia emergir em cada um a verdadeira responsabilidade pelo outro e a possibilidade do vinculo amoroso que se separa da posse e do poder.
Eros se distancia da posse e do poder. “Eros é uma relação com a alteridade, com o mistério, ou seja, com o futuro, com o que está ausente do mundo que contém tudo o que é(…) O Pathos do amor consiste na intransponível dualidade dos seres”[ Levinas apud Baumann] (….) “Eros não quer sobreviver à dualidade. Quando se trata de amor, posse, poder, fusão e desencanto são os Quatro Cavaleiros do Apocalipse.” Baumann, Z Amor líquido pag 22.
( Esse Post é parte do trabalho que foi apresentado e publicado nos Anais do V Congresso Latino Americano de Psicologia Junguiana de 2009 realizado em Santiago do Chile)
Prenez soin de vous
31/08/2009
Finalmente fui ver a exposição de Sophie Calle no Sesc da Pompéia e foi um presente. Exposição muito bem montada , fazendo juz ao trabalho de Sophie. O ponto alto são os vídeos com as performances de algumas das mulheres para quem Sophie enviou o e-mail que recebeu de seu namorado rompendo a relação. Entre o patético, o cômico, o irônico, o “nonsense”, a raiva, a indiferença, a tristeza, até a cena expressiva de uma cacatua que repete a expressão : “cuide de você” várias vezes, além de algumas outras da carta . Poderia repetir qualquer frase que lhe fosse ensinada.
Todo mundo fala eu te amo como disse Woody Allen, e, no instante seguinte, no mesmo e-mail, cuide de você ( Prenez soin de vous). O vídeo mostra as múltiplas interpretações da carta e, principalmente, o que me parece importante é que dizer: cuide de você, é absolutamente desnecessário para quem vai embora. Estou indo embora mas o seu amor foi muito importante para mim ou algo semelhante. É diálogo de cacatua, repete frase feita. Não considera o outro.
O e-mail que Sophie Calle recebeu
28/08/2009
Há algum tempo venho querendo lhe escrever e responder ao seu último email. Ao mesmo tempo, me pareceria melhor conversar com você e dizer o que tenho a dizer em viva voz. Mas pelo menos será por escrito.
Como você pode ver, não tenho estado bem ultimamente. É como se não me reconhecesse na minha própria existência. Uma espécie de angústia terrível, contra a qual não posso fazer grande coisa, senão seguir adiante para superá-la, como sempre fiz. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a “quarta”. Eu mantive o meu compromisso : Há meses deixei de ver as “Outras’, não achando obviamente um meio de vê-las, sem fazer de você uma delas. Achei que isso bastasse; achei que amar você e o seu amor seriam suficientes para que a angústia que me faz sempre querer buscar outros horizontes e me impede de ser tranquilo e, sem dúvida, de ser simplesmente feliz e ‘generoso”, se aquietasse com o seu contato e na certeza de que o amor que você tem por mim foi o mais benéfico para mim, o mais benéfico que jamais tive, você sabe disso. achei que a escrita seria um remédio, que meu “desassossego” se dissolveria nela para encontrar você. Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições sequer de lhe explicar o estado em que me encontro. Então, esta semana, comecei, a procurar as “outras”.
E sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando.
Jamais menti para você e não é agora que vou começar.
Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta ( já que você ainda vê B., R., …) e compreensível (obviamente….); com isso, jamais poderia me tornar seu amigo.
Mas hoje, você pode avaliar a importância da minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante da sua vontade, pois deixar de ver você e de falar com você, de aprender o seu olhar sobre as coisas e os seres e a doçura com a qual você me trata são coisas das quais sentirei uma saudade infinita.
Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você da maneira que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá. Mas hoje, seria a pior das farsas manter uma situação que você sabe tão bem quanto eu ter se tornado irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.
Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.
Cuide de você.
X
( Esse é o conteúdo integral do e-mail recebido por Sophie Calle de seu namorado encerrando o relacionamento que deu origem à sua iniciativa de convidar 107 mulheres , de acordo com sua profissão, para interpretar a carta do ponto de vista profissional. Analisá-la, comentá-la, dançá-la. Essa era uma forma de se dar um tempo para elaborar a perda e de seguir a risca a recomendação : Cuide de você.
Transcrevo a qui o e-mail com a idéia de continuar a reflexão. O que você sentiria se recebesse esse e-mail? Já recebeu algo semelhante? Já foi encerrado um relacionamento seu de forma parecida ? Deixe um comentário.
Dos anos 1970 a 2009
29/07/2009
Um filme marcou os anos 70 – O Último Tango em Paris de Bernardo Bertorlucci com Marlon Brando e Maria Sheneider. Quando não há separação, entre o eu e o outro não há projeto de relacionamento possivel. O que é um problema para um, a angústia de um não é problema para o outro. As relaçoes simbióticas apresentam vínculos especulares estabelecendo padrões narcisistas de comportamento. A dinâmica simbiótica está na dificuldade do casal de simbolizar frente a situações de ameaça ou frustração. O anonimato concretiza a possibilidade massiva de projeções. No filme,”O Último Tango em Paris” o casal permanece no anonimato e quando êle resolve revelar sua identidade, ela foge afirmando que não o conhece. Quando ele resolve insistir ela mata a única testemunha de seu desejo e de suas fantasias. Como amamos em 2009 ?
Porta dos fundos
26/07/2009
Você entrou pela porta dos fundos.
E daí?
Tudo tem que ser pela porta da frente?
Deu uma corrente de vento
No corredor do meu peito
Tentei fechar as janelas
Me pus a arrumar os tapetes,
Pétalas de flores dos vasos
A esvoaçar pela sala,
E num instante essa ordem
desordenou inteira.
Que bom que tem porta dos fundos !