Royal wedding
19/05/2018

Foto do Jornal folha de São Paulo de 1986 _ Entrevista Celia Brandão
Shocked with some jocular comments on the web about the royal wedding. Why are some Brazilians so upset? The disrespectful comments are more directed to the bride, now duchess. As a woman I felt uncomfortable with that. I do not think it’s because she does not have real blood because she’s not the first to break that tradition. I am afraid to think that it is because she is black and less conventional than the first “plebeians” to enter the palace. One of the questions asked is how a feminist agreed to follow rules of royalty. A major confusion in this discussion about feminism. Feminism did not propose in its original formulation that women change their sexual orientation, abolish men on the face of the earth, no longer wear dress or makeup, vow of poverty to be respected. The idea of gender equality proposed by feminism attests to the empowerment of women to govern their lives. This does not mean that they can not stand side by side with strong men. In case it is not the prince who saves the princess who was asleep in a crystal coffin. The duchess, from now on, was in her life, working, struggling, and sustaining herself, and who, by having talent and being competent, won the love of the prince. Another preconception is to say that strong women can not love and be romantic. Another greater is that independent women are lighthearted, that the princess will fall in life. I think we have to be more careful in making judgments. Shocked by what some wrote here. We have to wonder about why this marriage causes so much controversy? Because she’s black and a commoner? Envy?
Chocada com alguns comentários jocosos na web sobre o casamento real. Por que alguns brasileiros estão tão incomodados? Os comentários desrespeitosos são mais dirigidos à noiva, agora duquesa. Como mulher me senti incomodada com isso. Não creio que seja por ela não ter sangue real porque não é a primeira a quebrar essa tradição. Temo pensar que é porque ela é negra e menos convencional do que as primeiras “plebeias ” a adentrar o palácio. Um dos questionamentos feitos é como uma feminista aceitou seguir regras da realeza. Uma grande confusão nessa discussão sobre feminismo. O feminismo não propunha em sua formulação original que mulheres mudassem sua orientação sexual, abolissem os homens da face da terra, não usassem mais vestido ou maquiagem, fizessem voto de pobreza para serem respeitadas. A ideia da igualdade de Direitos entre os gêneros proposta pelo feminismo atesta a favor da competência das mulheres para regerem suas vidas. Isso não significa que não possam estar lado a lado com os homens fortes. No caso não é o príncipe que salva a princesa que estava adormecida em um caixão de cristal. A duquesa, a partir de hoje, estava na vida, trabalhando, lutando e se sustentando e que, por ter talento e ser competente, conquistou o amor do príncipe. Outro preconceito é dizer que mulheres fortes não possam amar e ser românticas.Outro maior ainda é que mulheres independentes são levianas, que a princesa vai cair na vida. Acho que temos que ter mais cuidado ao fazermos julgamentos. Chocada com o que alguns escreveram aqui. Temos que nos perguntar sobre o por que desse casamento causar tanta polêmica ? Por ela ser de origem negra e plebeia?Inveja?
Consciência feminina
30/05/2017

Há quem defenda que os homens preferem as mulheres mais velhas. No meu consultório não é assim que acontece e nem na minha experiência pessoal. Não sei se existem dados estatísticos que comprovem o dado na população brasileira. O que observo é que cada vez mais se fazem relações de conveniência ou de adaptação na terceira idade. Já não há muito tempo nessa fase da vida para errar, nem para se frustrar e a tolerância torna-se, então, fundamental. Mas não é isso que acontece sempre. A meu ver esse tipo de parceria se possibilita muitas vezes sacrificando a alteridade de dois ou de um dos dois. Em alguns casais a solução de sobrevivência é manter um casamento que já acabou.
Casais que estão em segunda ou terceira união formam parcerias de diferentes formatos e isso a meu ver independe da idade cronológica dos parceiros. Hoje vemos também casais mais velhos com modelos de relação onde predomina a alteridade e com formato que foge ao casamento tradicional ( morar junto, ter filho , etc). Nos casais em que os parceiros tem idades diferentes há muito tempo na população brasileira vemos o modelo, mulher mais nova e homem mais velho, em sua maioria com um crescimento da distância de idade entre os dois ao longo das últimas décadas. Esse fato chegou até a esfera do direito na discussão do que poderia ser considerado abuso e sedução quando uma adolescente se relaciona com um homem da idade de seu pai. Não tenho dado estatístico para afirmar que casais com grande diferença de idade tenham hoje uma maior predominância de mulheres como mais velhas. E caberia uma ressalva aqui : de que fase da vida estamos falando ? Mulheres mais velhas de que idade e homens de que idade ? A tirania em relação ao corpo jovem da mulher continua. Não acabou. No consultório vejo na população masculina um sentimento de maior fragilidade com o ganho de autonomia das mulheres sejam eles mais novos ou mais velhos do que a companheira. Vejo nas mulheres uma afirmação da identidade através de um maior ganho de autonomia financeira e no seu poder de ir e vir.
Mas a meu ver, o fator idade cronológica não se constitui como variável regente ou preponderante para se entender as parcerias amorosas entre homens e mulheres.
Por que citamos Macron como exemplo para fundamentar que homens jovens preferem mulheres mais velhas e não refletimos sobre o tipo de casal Trump?
Talvez para acalmar a ferida antiga da população feminina que sofre com a tirania social do corpo jovem submisso ao poder patriarcal. De mulheres que se anulam e se submetem por uma falsa segurança e status social. Poder almejar amar e ter um companheiro também na velhice a meu ver teria que advir da pergunta oposta a ” o que preferem os homens?” Seu contraponto: ” o que preferem as mulheres?”
Será que somos nós mulheres capazes dessa consciência? CB
Psicologia e Humor retorna: Final do ano
05/12/2015
No Século XIX Nietzche declarou que deus estava morto. Outros deuses haviam nascido: a ciência, a tecnologia, a economia. O dinheiro. Ah…o dinheiro. Distâncias se estreitaram com a internet: Um bem e um mal.Ficamos sabendo até do que não gostaríamos de saber e temos a ilusão de estarmos perto uns dos outros.
Agora é a morte do próximo segundo Luigi Zoja. ” No sentido vertical perdemos deus e no horizontal perdemos o próximo.”
Será essa uma das causas da melancolia que acomete o homem contemporâneo? Onde está o próximo ? Salvei minha pele mas onde está o próximo? O famoso ditado de que ” a fila anda” tem a ver com isso. CB
Enflaquecimiento de la figura paterna
13/09/2009
Enflaquecimiento de la figura paterna
Hemos estado asistiendo a un enflaquecimiento de la figura masculina, desde los movimientos de liberación de las minorías. El hombre blanco heterosexual heredero del sistema patriarcal perdió fuerzas y con eso la figura del padre dentro de la familia.
Estamos ante la fragilidad de la autoridade del padre de “Anabella” que no consigue impedir que la tragedia ocurra.
Sin embargo, es importante señalar que siempre ha existido el abuso y la violencia hacia los niños.
De esa forma, para la efectiva comprensión del fenómeno de la violencia intrafamiliar, es importante considerar los fenómenos histórico sociales y la historia individual que posibilitan el análisis de los patrones de relación dentro de la familia.
El hombre que no se siente respetado en su identidad, del punto de vista simbólico como padre y compañero, reacciona con violencia. La violencia surge como último recurso para rescatar la identidad perdida.
En el caso “Anabella” ( nome fantasia ) , la rabia psicótica e impotencia de la pareja fue el motor de la violencia. ( Ler conto de Beatriz Bratcher adaptado e resumido para o espanhol e postado no Blog anteriormente)
El abuso del poder y el pacto del silencio
12/09/2009
El abuso del poder y el pacto del silencio
La psicoanalista Elisabeth Roudinesco dice que “La bestia inmunda no es el animal sino el hombre.”
El hombre es el único animal capaz de ser agresivo
con la intención de causar daño y destruir al otro.
La violencia denuncia la fragilidad o la amenaza de falencia del poder.
El tema de la violencia es de naturaleza multidicisciplinaria pero en esa clase el enfoque será psicosocial, dejando de lado aspectos biofisiológicos también importantes en el enfoque de la violencia.
Enfocaré aquí la violencia, en particular en el segmento de abuso hacia niños y adolescentes.
Comprendo violencia como el uso de la agresividad con el deseo de destruir, ejercer dominio o causar daño a la integridad física y/o emocional del otro(s) o de sí mismo. Esa acción puede ser consciente o emerger en parte inconsciente, pero tiene la intencionalidad como su carácter distintivo.
La violencia es un acto que se instituye en una cultura, y , por tanto, condensa y representa las actitudes de un grupo. Todo acto de violencia del punto de vista de la cultura tiene un carácter expiatorio porque consolida la maldad social.
Según Girard la violencia fundadora libera al grupo de su sentimiento de amenaza interno respecto las agresiones y recriminaciones que abalaban la cohesión grupal.
De este hecho un poder redentor puede ser atribuido a la víctima sacrificial.
La víctima opera una función trascendente entre el bien y el mal.
Sabemos que todo ritual de veneración tiene una dimensión arquetípica pero se inserta en una cultura.
En la Edad Media los místicos alimentaron la fantasía de sacrificar el cuerpo para ofrecérselo a Dios. Los libertinos y Sade , habían elegido el cuerpo como el único lugar del goce oponiéndose al cristianismo que había elegido el alma.
El nombre del Marqués de Sade se vuelve un substantivo en el siglo XIX para designar al enemigo del prójimo, de sí, de la nación.
Durante el Iluminismo se consideraba perverso aquel cuyo instinto se traducía en la bestialidad originaria en el hombre. Era el goce en el mal.
Esa concepción de naturaleza humana estribó los primeros estudios psicoanalíticos en el siglo XIX con la teoría del Instinto de Muerte de Freud. Freud reve en1920 en su artículo “Más allá del principio del placer” su primera formulación del Instinto de Muerte.
Hoy no se considera la perversidad o la maldad intencional como originaria, sino una acción humana en su inserción en la cultura de hacerle daño al otro.
Debemos diferenciar violencia de agresividad como potencialidad arquetípica.
Para Hannah Arendt la violencia “no promueve causas, ni la historia, ni la revolución, ni el progreso, ni el retroceso: pero puede servir para dramatizar quejas y traerlas a la atención pública.”
Según Hannah Arendt, “hay un consenso entre los teóricos de la política de que la violencia no es sino la más flagrante manifestación de poder.[…]
“La política es una lucha por el poder: el último género de poder es la violencia, dijo C. Wright Mills, o sea, “el dominio de los hombres sobre los hombres” en el lenguaje de Max Weber.”
Es cuando el poder legítimo pierde la fuerza, cuando el sentido ético se pierde, que se da la violencia, el abuso del poder y el pacto del silencio.
(extraido do Curso que ministrei no V Congresso Latino Americano de Psicologia Junguiana – Curso Pre Congresso)
Gravidez na adolescência
13/08/2009
Gravidez na adolescência Relato enviado por uma leitora após leitura do meu Post sobre gravidez na adolescência.
“Não pense que só vai contecer com os outros, acontece sim com você também aos 14 anos de idade iniciei um namoro com um rapaz que morava na mesma rua da minha casa aos 15 anos eu tinha uma vida sexual, sem nenhum tipo de prevenção a não ser a famosa saidinha, onde o a ejaculação é feita fora da vagina,pois bem mantive essa mesma situação até que aos 18 anos minha menstruação falhou, mas como não era regulada achei normal no 2 mês, kd ela,e eu ali vivendo sem saber uma gravidez inão desejada . Quando estava para completar 3 meses fui interrogada pela minha mãe, fato esse que jamais vou esquecer, ela não me perguntou ela afirmou : _você esta
gravida né…. pensam vocês que me senti ofendida ? Fui fazer o exame só parac ontesta-la, para dizer que ela estava errada. As mães erram também, e eu estava cometendo o meu primeiro erro: subestimar o presentimento de mãe, fiz o exame pela manhã e a tarde busquei o resultado,beta Hcg ,esse era o exame e quando abri dei de cara com uma cegonha carregando em seu bico um saco (embrulho)com a seguinte frase positivo…quase morri aquele exame só podia estar errado afinal eu nãosenti nada enjôos, tontura, fome, nada absolutamente nada, e outra , sempre transei desse jeito e nada nunca aconteceu, minha amiga que me acompanhava disse ( J ) enfrente a situação você esta gravida, Fui para um outro mundo e voltei na ocasião meu namoro não estava bem, foi a pior fase para se engravidar contei a ele que ficou pior que eu,meu pai ficou doente acreditam mal olhava em meusolhos, me separei do pai do meu filho conversei com minha mãe e disse a ela quenão poderia viver uma situação onde eu acreditava ser obrigada a estar ali,eu e ele não existia mas… no dia 7 de outubro meu filho nasceu foi um dia muito confuso para mim, uma morte um nascimento parte de minha vida acabaria ali e uma outra estava diante dos meus olhos em meus braços passei por diversas situações até me encontrar sentia o olhar de reprova da minha mãe, ela se colocava em minha frente dava os remedios,banhos, trocava aquilo me encomodava alias era meu filho… brigamos muito olha a meia dele tá suja,o babador tá molhado,ta frio pra essa roupa,ta calor pra essa roupa,
que ódio aquilo me dava mas o tempo passou e eu aprendi muito meu pai hoje é apaixonado pelo meu filho, ama de verdade minha mãe então nem se fala, o pai dele é presente em sua vida muito até demais,e eu onsegui meu espaço trabalho e namoro a 3 anos, penso nele em tudo que faço, hoje meu bebe tem 8 anos vai a escola, Faz futebol,saudavel e lindomesmo e com a vitória deixei de vivenciar muitas coisas por ele, como umafaculdade viagens com amigas no final do ano, muita coisa minha hoje é dele, o amo de paixão mais meninas nem todas as histórias acabam assim se não fosse o apoio incondicional da minha mãe, eu talvez não teria vencido, doenças
abortos, abandono. Tudo pode acontecer tanto com as crianças como comvocês, previnam-se, se amem, há diversas formas de se viver a vida, as noites em claro numa balada São bem diferentes de uma noite em claro com um bebe,e lembre-se as coisas também acontecem com você. ( guardamos o sigilo da remetente)<br /><br />
Gravidez na adolescência e a transformação dos papéis na familia
( Esse artigo foi anteriormente publicado no livro Um olhar sobre a familia – Trajetória e desafios de uma Ong –Ceaf – Editora Ágora – 2003 . Post editado a partir do artigo.
Um levantamento feito em escolas de classe média e média baixa em São Paulo confirma que estamos vivendo um momento de transição nos papéis atribuídos ao pai e à mãe dentro da família: a autoridade é outorgada igualmente ao pai e à mãe pelo adolescente.
Ele identifica a mãe como proteção, apoio e referência afetiva; uma minoria – o grupo de menor poder aquisitivo – a vê também como provedora financeira. Os relatórios sobre famílias de crianças e adolescentes em situação de rua denunciam a ausência da figura paterna no seu imaginário: a mãe acumula as funções de proteger física e emocionalmente e de educar.
Há dados que indicam um enfraquecimento da figura paterna na família, e sabemos que essa ausência acompanha os relatórios dos casos de delinqüência juvenil. A falta de um modelo de referência na educação secundária está presente também nos relatórios sobre problemas de rendimento e adaptação escolar. Tudo isso aponta para um modelo monoparental e matrifocal de família.
Por outro lado, sabe-se que o nível de fecundidade da adolescente entre 15 e 19 anos tem crescido muito, havendo também um incremento da fecundidade na faixa de 10 a 14 anos.
Parece que, no desejo de aconchego e apoio, a adolescente procura constituir um novo núcleo familiar em busca de suporte emocional, dado o desamparo vivenciado em sua familia de origem. Há uma tendência de se entender a gravidez na adolescência como um ato de trangressão.
A partir de trabalho com adolescentes grávidas levanto a hipótese de tratar-se de uma tentativa de reparação.
A trangressão é uma forma de confronto com o status quo. Mas o que observo na maior parte da população feminina jovem é uma tentativa de entendimento da realidade em que vivem. Tudo indica que um mergulho nas feridas experimentadas na condição de filhas está a serviço desse intento.
Dado o aumento do número de adolescentes gestantes, uma parceria entre o Ceaf e o Programa Einstein na Comunidade na favela de Paraisópolis foi criada em 1999, com o objetivo de realizar um trabalho preventivo: o atendimento psicológico à gestante adolescente. Depois de submetidas à triagem, as gestantes participavam de um grupo específico, com um foco diferenciado no atendimento psicológico.
Esse trabalho possibilitou uma reflexão sobre a realidade das famílias de baixa renda e do meio em que vivem. Pudemos também pesquisar parte do imaginário das adolescentes sobre o lugar do pai e da mãe na família, sobre suas expectativas em relação ao companheiro, sobre a reversibilidade das polaridades mãe / filho, pai / filho, mãe / pai.
Pesquisando o imaginário da adolescente, constatamos que se vê precocemente solicitada a uma conduta adaptada ao papel de mãe, ao mesmo tempo em que apresenta um discurso de filha que se viu na maior parte das vezes privada do atendimento a suas necessidades por parte do pai, da mãe ou de figuras substitutivas.
O desafio apresentado foi o da criação de novos espaços na vida da adolescente-mãe, para que lidasse com os lutos e as perdas decorrentes da maternidade precoce, trabalhasse com as idealizações de um lado e desesperança de outro, e viabilizasse projetos de vida.
Há ainda o preconceito de que as famílias geradoras de abandono e de desvio de conduta não responderiam bem a um trabalho psicológico e que, portanto, o trabalho do psicólogo se restringiria ao encaminhamento dessas famílias para instituições assistenciais ou a um trabalho sócio-educativo.
Porém, nossa prática com a adolescência vitimizada nos mostra que o adolescente tem sua forma de reagir de acordo com a potencialidade do seu self e não necessariamente reproduz as formas de agir de sua família. O grupo familiar e educadores traçam caminhos possíveis, espaços de ação e possibilidades de representações, mas a adolescente apresenta uma reação criativa que traz marcas de sua individualidade.
Compartilhamos uma certa coletividade ontológica, mas cada indivíduo é único e não apenas interpreta, como também responde de modo criativo à sua experiência. Essa realidade aponta para a necessidade de ação junto ao mundo interno desses adolescentes e de suas famílias como forma de garantir sua inclusão social e saúde mental.
Por que cresce o número de adolescentes grávidas?
A adolescência é uma fase de profundas transformações físicas, psicológicas e sociais. Conceitualmente, entende-se como segunda década da vida (de 10 a 20 anos), fase de intensas transformações bio-psíquicas e consequentemente na integração do sujeito no ambiente social e na familia.
Alguns fatores comportamentais podem ser macantes nesse período:
1- Maior adesão aos valores grupais relacionados à liberdade e à sexualidade.
2- Imediatismo ( menor tolerância à espera no atendimento de suas necessidades ou fantasias).
3- Onipotência e sentimento de indestrutibilidade.
4- A liberação sexual dos anos sessenta que determinou uma iniciação sexual precoce que atinge a atual geração.
5- O material erótico veiculado de forma indiscriminada pela mídia favorece uma prática isenta de responsabilidade .
6- A menarca que, conforme pesquisas, incide em época precoce em razão de melhorias nas condições de vida e de alimentação nas últimas décadas.
A reação das familias à gravidez precoce oscila da agressão à apatia permissiva, até a conduta de superproteção, que priva a adolescente da responsabilidade e do acolhimento necessários para lidar com tal impasse. Nesse contexto, constatamos que o trabalho psicossocial é de suma importância para a mediação de conflitos, tornando possível o relacionamento entre a adolescente e sua familia, base da estruturação da identidade e dos papéis na familia e na sociedade.anexo comentário de leitora do blog guardando-se sigilo de sua identidade.
Abuso e violência na Familia
11/08/2009
Foi com muito pesar que li uma matéria publicada no Jornal Le Monde sobre o assassinato da menina Isabella, de 2008, atribuindo a violência doméstica no Brasil ao fato da tardia Abolição da Escravatura (1808) e aos modelos “adquiridos”de educação. Como se esse modelos de discriminição e desigualdade social tivessem sido gerados aqui no Brasil, quase como uma geração espontânea, como algo atávico, como nossa identidade. As crianças e as mulheres, assim como os negros e os países do terceiro mundo são há alguns séculos o que conhecemos como excluidos no que se refere à sua situação como sujeitos de direitos e Estado de direitos respectivamente.
O fato de se saber que no Brasil o genocídio assume índices preocupantes com autores dentro das familias e não só pela policia, nos faz responsáveis socialmente e como profissionais da área de psicologia para pensar essa questão.
Mas passa a ser uma arrogância da Velha Europa esse comentário no Le monde que nas semanas próximas ao crime de Isabella circulou pelo mundo noticia de uma outra familia de classe média austríaca em que o pai manteve em cativeiro a filha que também tomou como concubina e mãe de seus netos também cativos.
Enquanto continuarmos projetando nossa sombra no outro, enquanto temermos nossa humanidade, creio que será muito dificil lidar com a questão da violência que não escolhe raça, país, classe social, e que nos assola.
Pensamos de maneira equivocada sobre a violência como um epifenômeno do poder.
É quando o poder legítimo perdeu a sua força, quando o sentido ético se perdeu , que ocorre a violência, o abuso do poder e o pacto do silêncio. Quando os rituais não funcionam e os papéis dentro da familia se perderam. Quando já não há interdição para conter os conflitos dentro da familia.
A ameaça de perda da autoridade pelos pais, ou qualquer diminuição do poder legítimo dos pais são um convite à violência. O abuso do poder é prova documental da inexistência e da fragilidade da autoridade das figuras parentais e dos vínculos dentro da familia.
O pacto do silêncio é o recurso utilizado pelos agressores para manter a situação do abuso, favorecendo o espaço da violência.