Psicologia e Humor 57
11/12/2015
O que é o riso? Parafraseando Georges Bataille, diria que o riso é uma atitude de compromisso do homem com o que lhe repugna e atrai ao mesmo tempo. É a possibilidade de confronto com o que nos ameaça e ao mesmo tempo, denuncia a continuidade possível entre prazer e dor. O riso nos desvia da experiência de repugnância e possibilita a da alegria.
De outro lado, a experiência do medo e do horror, frente à possibilidade do prazer extremo, do êxtase, é acompanhada de excitação erótica e de um repouso da consciência. Portanto, o mergulho extremo na sensação de vida implica o render-se também à possibilidade da morte, da finitude e do silêncio.
Ao contrário da disciplina e método a que se propõe o filósofo ao refletir sobre o ser, o processo de individuar-se, de auto-conhecimento, implica a entrega ao insensato, ao inominável e ao que nos arrebata. Nesse sentido, um ritual de luto extremo da perda de si mesmo, da própria morte, vivido no silêncio pode nos lançar na experiência do divino e em um novo momento criativo.
Dessa forma , a experiência do horror e do humor se aproximam, o que experimentamos na vivência extrema erótica. A experiência do fascínio frente aos excessos movimenta Eros que se arrisca ao próprio perecimento, necessário a vivência da continuidade com o outro e com o cosmos.
Esta experiência anímica da continuidade não se dá nos limites da consciência mas na possibilidade de transgressão dos interditos presentes no que reconhecemos como o próprio ser.
20/12/2015 às 5:44 PM
Adorei…