Quando nos separamos de alguém que amamos o que fica é a memória dos bons momentos.  Voltamos aos mesmos lugares para nos apossar do vivido. De tanto rever os objetos, os lugares, ouvir a música e a voz que gravamos permitimos que esse ser que amamos nos habite, una-se à nossa história como uma camada de nossa pele.  Essas imagens convertem-se em memória do vivido e do não vivido.  Consola-nos ouvir histórias mesmo que contadas por outros a respeito do ser amado. A cada detalhe dessa história é mais um se apossar de sua imagem, de possuí-lo. Mas esse se apossar depende de nossa capacidade de imaginar, de fabular e fazer sonhos.  Reconstruímos a imagem do outro e nossa memória utilizando o conhecido e o que imaginamos.

Assim também faz o artista que se apossa da realidade se transformando e transformando-a.  Quando nos afastamos do outro percebemos como é tênue o limite entre o que vemos e o que imaginamos. Quem era ele/ Quem sou eu?  Essa possibilidade de utilizar a própria sensibilidade e imaginação para reconstruir a imagem do outro e de si mesmo é  o campo da arte como também da psicologia por caminhos diferentes. A utilização da imagem como símbolo na psicologia demonstra que é possível acessar sentimentos, emoções através do pensamento sintético, das imagens, da música, da linguagem poética.

Quando nos afastamos do convencional, das justificativas racionais, das explicações e atribuições de culpa e responsabilidade diante dos fatos, podemos acessar o essencial, o que nos une e nos separa do outro.

Na prática de lembrar e relembrar se dá o trazer e mandar embora aquele que amamos. Mas agora permitindo a permanência dos rastros.

A arte possibilita essa mediação entre os dois momentos: o da presença concreta do outro e o de sua ausência inaugurando uma outra presença, essa simbólica. Cantar a cantiga que chora o morto é uma maneira de trazê-lo de volta para reafirmar sua partida.

Desenhar a presença do outro no meu imaginário pode ser trazê-lo, humanizá-lo mesmo na sua ausência. A arte possibilita o ver através do mais imediato e óbvio, criando novas perspectivas de percepção. Bebe e se lambuza da realidade para transformá-la.

Posso reinventar uma história vivida escrevendo um poema. A linguagem poética suspende a explicação racional para instalar o espaço do sentir e da experiência. Instala-se em um tempo simbólico, não linear, que permite a superposição de imagens, a coexistência das contradições, o diálogo entre o bem e o mal, no qual não há mais culpados e vítimas.Insensatez 001

Final de feriado hoje á tarde, entre 17 e 18hs…..hora do Angelus e das coincidências……não há hora para coincidências. Elas ocorrem a qualquer hora.

A Hora do Angelus (ou Toque das Ave-Marias), que corresponde às 06:00, 12:00 e/ou 18:00 horas do dia, relembra aos católicos, através de preces e orações, o momento da Anunciação – feita pelo anjo Gabriel a Maria – da concepção de Jesus Cristo, acreditada como livre do pecado original. Portanto é um horário de grande força espiritual em que muitos estão orando.

“Os hebreus usavam expressões tanto variadas quanto interessantes para indicar a hora. Elas não só nos dão uma idéia do ambiente e dos costumes locais mas revelam também algo sobre as circunstâncias em torno da ação.
Por exemplo, Gênesis 3:8 diz-nos que foi “por volta da viração do dia” que Jeová falou com Adão e Eva no dia em que pecaram. Entende-se que isto seria perto do pôr-do-sol, quando soprariam brisas refrescantes, proporcionando alívio do calor do dia. Em geral, à medida que o dia vai chegando ao fim, é hora de descontração e descanso. No entanto, Jeová não deixou que um assunto judicial sério fosse protelado para o dia seguinte quando ainda havia tempo para tratar disso.” ( no site : https://br.answers.yahoo.com/question/index…

A questão do tempo é muito relevante na psicologia Junguiana. Não o tempo linear, mas o sincronístico.

Sincronicidade é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por causalidade e sim por relação de significado.
A sincronicidade é também referida por Jung de “coincidência significativa”. Por exemplo. o que une ou separa as pessoas que estavam no parque no mesmo horário ?

Ou seja,  sincronicidade é a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa “coincidência significativa”, onde esse significado sugere um padrão subjacente, uma sincronia  entre fatos.  ou significados.

A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente na aleatoriedade das circunstâncias, mas sim num padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativos. Mas esse significado só terá eficácia como insight para quem se deu conta da tal pseudo- coincidência # fato.